Decretada a morte do flash: o fim de uma era!
Para aqueles que vivenciaram o final dos anos 90 da Internet certamente lembrarão das inúmeras utilidades do Flash. Visto em diversos websites, seja como estrutura de desenvolvimento até apenas animações, o Flash deu vida àquilo que consideramos como os primeiros anos da internet para usuários comuns.
Em 1996, a Macromedia adquiriu uma empresa chamada FutureWave e com ela, seu promissor produto chamado Future Splash Animator, que a partir dali passou a se chamar Flash! Uma versátil plataforma que permitia criar animações, websites e até pequenos sistemas. Uma forma fácil de tornar aquela ainda muito complicada internet dos anos 90 em algo atraente manipulando conteúdo multimídia com facilidade.
Foram anos dourados para essa tecnologia que caiu nas graças dos internautas e propiciou diversos avanços na forma como toda a informação presente na internet poderia ser acessada e manipulada. Apesar de uma avalanche de sites criados com essa tecnologia, o que realmente encantava era a possibilidade de fazer animações de uma maneira tão simples e que parecia tão inacessível até a pouco tempo.
Em 2005 a Macromedia foi adquirida pela Adobe Systems, tornando o Flash uma ferramenta ainda mais forte e com mais recursos para ser trabalhada. Adentrando de vez ao mercado profissional e fazendo do Flash uma das principais opções para desenvolvimento web desse período.
Apesar de sua larga utilização, entre 2009 e 2010 iniciou-se a popularização dos smartphones. Encabeçados pelo lançamento do iPhone da Apple, diversas empresas lançaram suas versões do dispositivo que caiu rapidamente nas graças da população em geral. O problema foi que, alegando excessivo consumo de bateria e algumas falhas de segurança, a Apple não permitia a utilização do Flash em seus aparelhos. Isso fez com que ele começasse a perder fôlego, especialmente frente a tecnologia recém chegada, HTML5! Com um controle embutido de conteúdo multimídia, ele prometia atender as mesmas qualidades do Flash.
Uma vez que não estava sendo utilizado em aplicativos para smartphones, o Flash não tinha muito mercado além dos computadores convencionais, e a concorrência com o HTML5 estava cada vez mais forte com a própria Adobe lançando ferramentas para trabalhar com esse novo padrão! Rapidamente os usuários começaram a não mais optar pelo Flash e os navegadores tornavam a sua instalação opcional. Alguns inclusive nem mais o recomendavam.
No momento que as gigantes da tecnologia, Microsoft, Apple, Google e Mozilla, iniciaram de vez um processo de bloqueio em seus produtos para conteúdos em Flash, Adobe também iniciou uma forma de incentivar desenvolvedores e criadores de conteúdo a utilizarem outras plataformas e abandonarem o Flash definitivamente.
Então na última terça feira, dia 25 de Agosto de 2019, a Adobe anunciou que vai encerrar definitivamente seu suporte a tecnologia Flash até o final de 2020. Encerrando assim um dos mais bem sucedidos movimento de controle sobre conteúdo multimídia do final da década de 90 e início dos anos 2000.
Apesar dos sucessivos ataques que recebeu, especialmente nos últimos anos, o Flash ficará marcado não apenas em nossas memórias, mas também como um dos moldes para a evolução do que temos de conteúdo na internet hoje e muitas definições de padrões, sejam eles na programação ou até mesmo na usabilidade dos conteúdos que acessamos na internet. Afinal, foi ele que mostrou que nem tudo precisava ser fixo, ter poucas cores ou gerar aquela sensação de ler “um jornal em frente ao computador”.
A ILEX agradece a essa tecnologia pois, pioneiros da internet como somos desde nossa fundação, fomos programadores em Flash e fomos usuários de Flash. Se hoje sabemos que a experiência de usuários é parte essencial de um projeto web, muito foi graças ao Flash que nos rendeu infinitas possibilidades de “movimentar” conteúdo multimídia.